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Por Geane Alzamora
Número 31
Introducción
Vários autores discutem a natureza ímpar da comunicação
na internet (ver, por exemplo, Rheingold, 1996, Outing, 1998, Parente,
1999 e Johnson, 2001). Para eles, os recursos de linguagem oferecidos
pelos new midia alteram nossa forma de comunicar e interagir culturalmente.
A situação é absolutamente original, conforme
Steifk.
Athough thinkers like Vannevar
Bush and J.C.R. Licklider anticipated the problem of the information
explosion several decades ago, their solutions for dealing with
it were never tested - because the large on-line databases needed
to do so did not exist in their time. Meanwhile, our experience
with such systems has revealed deeper issues in using large collections
of infomation that they never anticipated (Stefik, 2000, pag.
130).
Segundo Alsina (1989, pag. 21),
inovações tecnológicas desencadeiam novas mensagens,
novos usos, novos efeitos. "ya se apuntado como la aparición
de las nuevas tecnologias obliga a una redefinición de lo
que se entiende por comunicación social". Dizard (1998,
pag. 24) vê na internet uma espécie de "divisor
de águas" na communiation research. "Por enquanto,
é mais prudente usar os termos "mídia antiga"
e "mídia nova", pelo menos até que saibamos
mais sobre como elas interagirão e, eventualmente, se fundirão
num padrão diferente". Idéia similar é
defendida por Lévy:
Mídias híbridas
e mutantes proliferam sob o efeito da virtualização
da informação, do progresso das interfaces (...).
Cada dispositivo de comunicação diz respeito a uma
análise pormenorizada, que por sua vez remete à
necessidade de uma teoria da comunicação renovada,
ou ao menos de uma cartografia fina dos modos de comunicação.
(Lévy, 1999, pag. 82)
Na mesma linha de raciocínio
dos autores mencionados, este trabalho defende a idéia de
que a comunicação que se processa na internet é
de natureza parcialmente distinta da comunicação de
massa e demanda, portanto, revisão de modelos e teorias.
Sugere-se que a semiótica peirceana, entendida como uma teoria
da comunicação, possa se traduzir em um modelo hipermidiático
de comunicação, como se verá a seguir.
As características singulares
de uma linguagem emergente
Boa parte das informações que atualmente se processa
na internet ainda apresenta referência nas reflexões
teóricas características da comunicação
de massa, mas já é possível notar algumas especificidades
nesse processo, como sinalizam formas comunicativas irreverentes
observadas em alguns weblogs, webzines, sites independentes de informação
e de comunidades virtuais que se formam em torno de listas de discussões
temáticas (ver, por exemplo, <http://www.rizoma.net>,
<http://www.plural.cjb.net>
e <http://www.palindromo.org.br>)
.
Em relação às
comunidades virtuais, especialmente aquelas que usam programas como
o ICQ, nota-se que a internet já permite, a exemplo da comunicação
interpessoal, a construção de mensagens em tempo sincrônico,
de modo que estas nunca precisam estar totalmente concluídas
para serem distribuídas, conforme exigência da comunicação
de massa, nem se destinam a gama tão diversificada e ampla
de receptores. A mensagem, neste caso, passa a se caracterizar pelo
processo e não mais pelo produto. Entende-se por produto
a clássica definição de mensagem: "grupo
finito e ordenado de elementos de percepção tirados
de um "repertório" e reunidos numa estrutura".
(Moles, 1987, pag. 24).
Emissor e receptor, cada vez mais
agenciados em função de interesses comuns, cambiam
freqüentemente seus papéis. Isso coloca em segundo plano
a noção de autoria e privilegia a composição
de mensagens coletivas, de complexa assinatura, em permanente processo
de construção. "A escritura, confundida com leitura,
tenderá a se tornar coletiva e anônima. A separação
entre autor e leitor será apenas contingencial." (Machado,
apud Domingues, 1997, pag. 147)
Deslocam-se, portanto, os locais
legitimados pela comunicação de massa para busca de
informação, pois na internet coexistem informações
típicas de ambientes massificados e outras claramente segmentadas,
profundamente marcadas por interações sociais típicas
da comunicação interpessoal.
Processadas no mesmo ambiente, essas informações hibridizam
modos comunicativos singulares, o que tende a se traduzir em um
outro modelo, híbrido, plural, multifacetado. "A fusão
na internet de um sistema tradicional broadcasting (centro irradiador
da emissão) com um sistema interpessoal de comunicação
(como o telefone) desmantela boa parte das teorias da comunicação
(...)." (Menezes, 2001, pag. 123)
Mesmo que a maior parte das experiências
comunicativas observadas em sites jornalísticos não
se diferenciem muito dos modos comunicativos processados nos suportes
que lhes são referenciais (ver, por exemplo, <http://www.lemond.fr>,
<http://www.nytimes.com>,
<http://www.estado.estadao.com.br>,
<http://www.folha.uol.com.br>
e <http://www.oglobo.com.br>),
a internet permite experimentar possibilidades de interação
social e de circulação da informações
jornalísticas razoavelmente distintas da comunicação
de massa.
Por exemplo, é possível
receber todos os dias, gratuitamente e por e-mail, The New York
Times On The Web através de um serviço que rastreia
se o destinatário acessa regularmente o webjornal. Já
sites como <http://www.webfind.com.br>
prestam gratuitamente serviços de clipping personalizados.
Observa-se, porém, que características
típicas do ambiente hipermidiático da rede, como interatividade,
hipertextualidade e multimidialidade (sobre o assunto ver Lévy
1999, 1997 e 1994), não são suficientemente exploradas
por sites jornalísticos (ver resultados de pesquisa sobre
uso de recursos de linguagem da internet em webjornais brasileiros
em <http://www.facom.ufaba.br/panopticon>).
Tais recursos costumam ser melhor
utilizados por sites independentes, que participam, ao lado dos
sites de veículos de comunicação de massa,
do processo de circulação de informação
na rede. Nota-se, porém, que sites independentes geralmente
manejam mal a técnica da informação e não
oferecem mesma confiabilidade que sites informativos derivados de
experiências adquiridas anteriormente nos meios tradicionais
de comunicação de massa. Por outro lado, revelam possibilidades
de elaboração de outros modos comunicativos, provavelmente
mais adequados às características de linguagem da
rede.
A profusão contemporânea
de quantidade e qualidade diversificada de informação
na internet redefine lugares de busca de informação
e, conseqüentemente, problematiza o papel dos filtros informativos,
até então predominantemente sob responsabilidade de
editores socialmente legitimados pelos meios de comunicação
de massa.
Quando surge a necessidade de
informação específica, de uma opinião
especializada ou da localização de um recurso, a
comunidade virtual funciona como uma enciclopédia viva.
As comunidades virtuais podem auxiliar os respectivos membros
a lidar com a sobrecarga de informação, independente
de serem profissionais ligados à informação.
O problema da era da informação, especialmente para
estudantes e trabalhadores do saber, é haver demasiada
informação disponível e poucos filtros efetivos
passíveis de reterem os dados essenciais, úteis
e do interesse de cada um. (Rheingold, 1996, pag. 78)
Steven Johnson (2001) discute o
modo como os recursos de linguagem da internet podem se traduzir
em zonas específicas de produção de sentido,
alterando o uso tradicional da informação na rede.
Para Johnson o aperfeiçoamento de algumas ferramentas, como
os "agentes", combinado com usos mais adequados de recursos
de linguagem, como os links, pode levar a um novo paradigma comunicacional.
(...) um agente que fosse capaz
de avaliar nossos gostos em matéria de cinema ou de vinhos,
ou até de pessoas, que fosse capaz de construir um modelo
nuançado da nossa sensibilidade estética ou interpessoal
- essa seria uma mudança de paradigma digna desse nome
(Johnson, 2001, pag. 140)
Questões como essas são
subtraídas não apenas por aqueles que lidam profissionalmente
com a informação na rede, quanto por teorias e modelos
de comunicação vigentes. De modo geral, despreza-se
a capacidade semiótica do canal, explora-se de modo inadequado
as dimensões verbal, visual e sonora da informação
híbrida e minimiza-se a participação autoral
do receptor na construção de uma mensagem potencialmente
coletiva.
Por que discutir o modelo de
Shannon e Weaver e dois de seus desdobramentos?
O hibridismo de linguagens característico da internet
parece encontrar ressonância no hibridismo teórico
marcante na communication research que, ao longo de sua história,
tomou emprestado conceitos oriundos de diversas disciplinas, como
sociologia, psicologia, biologia, física e lingüística
para compor as chamadas teorias da comunicação.
Segundo Alsina (1989), pela plurisdisciplinaridade,
a Teoria da Comunicação, ou teorias da comunicação,
como preferem Mattelart (1999) e Wolf (1987), compartilha com outras
disciplinas seu objeto e, pela interdisciplinaridade, o que
aparece em comum são os métodos. Os modelos
teóricos sistematizam métodos e objetos, de modo a
estabelecerem variáveis e relações que dêem
conta dos conjuntos de fenômenos complexos sobre os quais
se projetam.
A comunicação de massa
inspirou a elaboração de diversos modelos, mas poucos
se tornaram hegemônicos (sobre o assunto ver Alsina, 1989,
Mattelard, 1999 e Wolf, 1987). Este trabalho discute o modelo matemático
de Shannon e Weaver (1949) por ser ainda hoje um dos modelos de
comunicação mais referenciados, além de ter
sido, simultaneamente, largamente criticado e usado como fundamento
para diversos outros modelos.
Optou-se aqui por discutir o referido
modelo no contexto da internet, levando-se em conta seu gradativo
aperfeiçoamento nos modelos de Jakobson (1960) e de Eco-Fabri
(1978). Segundo Alsina (1989), o modelo de Jakboson deriva do funcionalismo
lingüístico e o modelo semiótico-textual de Eco-Fabri
(1978) situa-se na corrente da sociosemiótica.
Os dois desdobramentos do modelo
de Shannon-Weaver foram selecionados para efeito de análise
por serem bastante referenciados (ver, por exemplo, Wolf, 1987 e
Alsina 1989) e por apresentarem formulações teóricas
compatíveis com o diálogo que se pretende estabelecer
mais à frente com a semiótica peirceana.
O modelo de Shannon-Weaver
Este modelo, que serve de fundamento teórico para diversos
outros, deriva da cibernética e se traduz na Teoria Matemática
da Comunicação ou Teoria da Informação,
ainda hoje referencial para a communication research. Nele
o processo de comunicação é abordado a partir
da idéia de transmissão de informação
de uma fonte a um receptor, mediante o uso de um canal e conforme
incidência de ruídos no processo.
De fundamento físico-matemático,
o modelo utiliza recursos conceituais como probabilidade e entropia,
relacionados a redundância e novidade, para mensurar a quantidade
de informação transmitida no sistema. O modelo
é amplamente aplicável, podendo se verificar na comunicação
de massa, interpessoal ou mesmo na comunicação processada
entre máquinas.
Mas, mesmo no âmbito da comunicação
de massa, o modelo foi questionado por não considerar aspectos
relacionados ao significado da mensagem e aos modos prováveis
de produção de sentido desta, atendo-se predominantemente
ao domínio quantitativo da informação. "Este
realce do valor quantitativo de uma mensagem é inteiramente
constestável; sempre se imporá, para o analista da
informação social (...) o problema do significado
da mensagem" (Coelho Netto, 1973, pag. 20).
Mais recentemente, Armand Mattelart
retoma crítica similar. "Com a teoria matemática
da comunicação fica completamente esquecida a questão
do sentido e, além disso, da cultura, pois aí não
há qualquer interrogação sobre cultura".
(Mattelart, 2000, pag. 08).
No que se refere à informação
processada na internet, o problema do significado "esquecido"
cresce exponencialmente, uma vez que o contexto de emissão,
recepção e produção/difusão da
mensagem é outro. Nesse contexto, interessa menos saber a
quantidade de informação processada que a qualidade
desta para o receptor-usuário, também considerado,
eventualmente, co-autor da mensagem.
A idéia de comunicação
como transmissão de informação é
questionável, mas especialmente constestável no âmbito
da internet. Ao se considerar os desdobramentos prováveis
dos recursos atuais de linguagem do meio e usos mais adequados dos
já existentes, a idéia de transmissão tende
a ser substituída por algo como interatividade homem-máquina-homem,
na qual as informações, em vez de serem meramente
transmitidas, passam a ser construídas coletivamente, em
um processo no qual todas as variáveis, inclusive o canal,
tendem a ser ativas. "O ato de comunicar não se traduz
por uma transferência de informação do emissor
a um destinatário, mas antes pela modelagem mútua
de um mundo comum no meio de uma ação conjugada".
(Varela, citado por Quere, 1991, pag. 02).
O modelo de Jakobson
Fundamentado duplamente na Teoria Matemática da Comunicação
e na Lingüística, o modelo de Jakobson pressupõe
relações de linguagem delineadas a partir das variáveis
emissor, mensagem, código, contexto, canal e destinatário,
que se traduzem, respectivamente, nas funções de linguagem
emotiva ou expressiva, poética, metalingüística,
referencial, fática e conativa (sobre o assunto ver Alsina,
1989).
Ressalta-se que, para este modelo,
um mesmo ato de linguagem pode reunir várias funções.
"A diversidade reside não no monopólio dessas
diversas funções, mas numa diferente ordem hierárquica
de funções". (Jakobson, 1973, pag. 123). Altera-se,
pela diversidade funcional, a noção de comunicação
como transmissão quantificada de informação
e, sob esse aspecto, o modelo pode ser entendido como uma espécie
de superação do modelo de Shannon -Weaver.
La importancia del modelo de Jakobson
está, apesar de la influencia de la teoria matemática
de la comunicación, em que el mensaje ya no se considera
como una mera transmisión de informacion. Se descubre la
riqueza comunicativa del mensaje. (Crisell, citado por Alsina,
1989)
Embora não se traduza em
uma metodologia clara de análise do discurso, o modelo tem
sido utilizado de modo eficiente nesse campo. "A legitimação
e difusão proporcionadas pela lingüística jakobsiana
à versão "moderada" da teoria informacional,
constituíram indubitavelmente um dos motivos de seu "êxito"
como teoria comunicativa adequada e bastante indiscutida".
(Wolf, 1987, pag. 105).
Mas, uma vez que o modelo circunscreve
somente a linguagem verbal, parece metodologicamente arriscado utilizá-lo
para se compreender outras modalidades de linguagem. "Novos
paradigmas da semiótica geral, que não consideram
mais os signos audiovisuais das mídias como meras deduções
dos signos lingüísticos, levaram a novas abordagens
pluralistas da semiótica das mídias". (Nöth,
1996, pag. 53). Em casos de linguagens extremamente híbridas,
cujo exemplo mais sofisticado é a internet, a necessidade
de modelos pautados por abordagens semióticas mais pluralistas
parece evidente.
O modelo de Eco-Fabri
O modelo semiótico-textual de Eco-Fabri, apresentado em 1978,
pode ser entendido como uma revisão do modelo semiótico-informacional,
também de Eco-Fabri, formulado anteriormente (sobre o assunto
ver McQuail, 1975, Wolf,1987 e Alsina, 1989). Faz-se necessário,
portanto, remeter ao primeiro para entender o segundo.
O modelo semiótico-informacional
supera a idéia de comunicação por transferência
(Shannon-Weaver), substituindo-a por transformação
de um sistema a outro - e não meramente de uma
fonte a um destinatário, conforme Jakobson - mediante a concepção
de código. "Por conseguinte, em relação
à teoria da informação, a noção
de código, entendida neste modelo como correlação
entre elemento de sistemas diversos, muda profundamente." (Wolf,
1987, pag. 108).
O problema do "significado
esquecido" no modelo de Shannon-Weaver é trabalhado
por este modelo de Eco-Fabri. Nele, mensagem é entendida
como forma significante que pode ser preenchida por vários
significados, desde que os códigos usados dêem conta
de estabelecer correlações específicas entre
significantes e significados. Nesse processo, emissores e destinatários
eventualmente fazem uso de subcódigos independentes, que
incidem sobre os processos de codificação e decodificação
acrescentando novas informações às mensagens.
Para Wolf , a influência do
modelo sobre a communication research foi inferior a seu
relevo teórico, embora, na opinião do autor, o modelo
não seja perfeito. "Faltou, no entanto, a ligação
com a questão dos efeitos (...). O modelo semiótico-informacional
achou-se, assim, confinado ao âmbito da análise das
mensagens, dos seus códigos, da estrutura comunicativa".
(Wolf, 1987, pag. 110)
O modelo semiótico-textual
representa um avanço em relação ao precedente
na medida em que substitui a noção de mensagem por
conjuntos textuais e código por conjuntos de práticas
textuais depositadas culturalmente, o que complexifica a diversidade
de sentidos processados.
Desloca-se, neste modelo, a ênfase
que o modelo anterior colocava no processo de codificação
e decodificação, indiferenciado em qualquer processo
comunicativo, para o campo específico da comunicação
de massa. Avanço similar pode ser assinalado em relação
ao modelo de Jakobson, no qual as funções de linguagem
servem, indistintamente, para comunicação interpessoal
e massificada.
No âmbito da internet, porém,
o modelo apresenta lacunas. Ao destinatário, na internet,
não cabe apenas a interpretação, por mais multifacetado
que esse processo possa ser. Na internet, as funções
de emissor e destinatário tornam-se, muitas vezes, indiferenciadas.
Como os conjuntos de práticas textuais na internet estão
em processo de construção cultural e os conjuntos
textuais são processos híbridos de linguagens, a aplicação
do modelo semiótico-textual na internet torna-se ainda mais
problemática.
Possíveis contribuições
da semiótica peirceana
A semiótica peirceana tem sido recorrentemente acionada para
se investigar processos comunicativos, embora não tenha sido
ainda satisfatoriamente explorada para sistematizar modelos específicos
de comunicação. Provavelmente, a natureza complexa
e processual da teoria encontre ressonância nas características
singulares da comunicação hipermidiática.
The most widely accepted classification
today, however, is not binary but one based on a trinary principle,
established by Peirce. Peirce's classification is complex and
has many far-reaching ramifications, but is rooted in a three-way
distinction between icon and index, with both opposed to symbol,
all of wich are really different facets of one generic sign. (Sebeok,
1991, pag. 24)
Além das gradações
sígnicas ícone, índice e símbolo, relativas
às relações do signo com o objeto, apontadas
por Sebeok, há ainda, em Peirce, relações triádicas
que se traduzem em 10 classes sígnicas, organizadas logicamente
a partir de relações complexas entre signo/signo,
signo/objeto e signo/interpretante (sobre o assunto ver Merrel,
1995).
Uma diferença marcante entre
Peirce e outros teóricos da semiótica refere-se à
própria noção de signo. Para Peirce, signo
é uma tríade semiótica em aberto, processual,
contínua, abrangente, sendo a dimensão cultural apenas
uma faceta desse processo amplo e infinito, também chamado
semiose. Nota-se, nesse aspecto, uma diferença relevante
entre modelos derivados do estruturalismo - centrados na idéia
dicotômica de signo, ou símbolo - e um possível
modelo derivado da semiótica peirceana.
For Eco, following Saussure and
Morris, nothing is intrinsically a sign (Morris 1975, 45). Signs
are madeby us by means of the application or creation of a code.
This would, for Peirce, be a form of nominalism, since it results
in stripping reality of its intrinsic connections and in attributing
these connections exclusively to the human mind. According to
Peirce, signs are part of the very fabric of reality. They are,
in some sense (admittedly in an extremely vague sense), there
in reality, independent of our conventions and our consciousness.
This marks a very deep division between Peirce and Eco. (Colapietro,
1989, pag. 33)
Os estudos dos signos são
apenas uma parte da teoria peirceana, que se estende por domínios
bem mais abrangentes que a comunicação humana. Mas,
sob alguns aspectos, a teoria peirceana pode ser entendida como
uma teoria da comunicação.
That's Peirce's semiotics is a
theory of communication is implicit, in the first place, in the
fact that there can be no communication without signs. In the
second place, it is implicit in the fact that semiosis is above
all a process of interpretation. How could there be communication
if there was no production of signs to be interpreted? (Santaella,
2000, pag. 07)
Santaella (2000) propõe que
a semiótica peirceana seja entendida também como teoria
da comunicação a partir da tríade semiósica
objeto, signo e interpretante, relacionada respectivamente às
noções de emissor, mensagem e receptor. Segundo ela,
essa correspondência se desdobra em uma teoria triádica
da objetivação (signo/objetos), significação
(signo/signo) e interpretação (signo/interpretantes).
Conforme Alsina (1989), os três
termos - emissor, mensagem e receptor - são denominadores
comuns nos diversos modelos de comunicação. Donde
se conclui que a semiótica peirceana, como uma teoria da
comunicação que articula semiosicamente os lugares
lógicos de emissor, mensagem e receptor, pode se traduzir
em um modelo específico de comunicação.
Se puede afirmar que todo modelo
tiene como armazón principal una serie de coneptos básicos.
Estos conceptos son los que van adeterminar, en gran parte, la
estructura del modelo. Por ejemplo, por lo que se refiere a la
Teoría de la Comunicación, los conceptos básicos
que tienen como mínimo en común todos los modelos
son: emissor, mensaje, receptor. Como ya apuntaba Aristóteles
en su Retórica, los tres componentes de la comunicación
son: el orador, el discurso y el auditorio. (Alsina, 1989, pag.
19)
Mas como a noção de
signo em Peirce remete à idéia de mediação
e, portanto, semiose, observar-se-á que em um possível
modelo peirceano de comunicação, emissor, mensagem
e receptor não são termos excludentes, mas relacionados
de modo bastante complexo, em alguns momentos quase simultâneos.
Poderíamos no máximo dizer que na tríade semiósica
emissor, mensagem e receptor ocupam os lugares lógicos de
objeto, signo e interpretante e, conseqüentemente, herdam desses
termos suas intrínsecas e complexas relações.
O que está em jogo, na perspectiva
peirceana, é o modo como emissor, mensagem e receptor - na
ausência de uma terminologia mais adequada - cambiam seus
papéis no processo semiótico, no qual prevalece a
função mediadora sobre as demais. Nas palavras de
Peirce: "Todas as minhas idéias são muito limitadas.
Ao invés de "signos", eu não deveria dizer
meio?" (Peirce, citado por Nöth, 1996, pag. 54)
Na perspectiva da hipermídia,
o signo, ou meio, poderia ser entendido como fluxos semióticos
complexos que articulam relações simultâneas
com o lugar lógico da referência (objeto/emissor),
com o lugar lógico da significação (signo/signo)
e com o lugar lógico da interpretação (interpretante/receptor).
Mas como a referência é
também espaço sígnico parcialmente construído
e parcialmente revelado pelos fluxos semióticos, o emissor,
então, também é signo, parcialmente diagramado
pelos fluxos semióticos intermediários. E como o interpretante
é um outro signo, mais complexo e desenvolvido, que representa
o objeto através do signo mediador, então a recepção
também é fluxo semiótico, ocupando no processo
semiótico eventualmente os lugares lógicos da emissão
e da significação. Nessa perspectiva, a comunicação
hipermidiática é entendida como processo signico complexo,
aberto e auto-referente.
Com um tal ceticismo contra a
suposição ingênua de uma realidade por trás
das mídias, a semiótica dá sua resposta à
pergunta sobre a realidade por trás das mídias na
era das hipermídias. Se as mídias não podem
mais se referir a uma realidade por trás dos signos, mas
sempre somente a outros signos, as mensagens das mídias
não tratam absolutamente de um mundo de relações
referenciais. Ao invés de referência, confrontamo-nos,
ao final, com auto-referência (cf. Marcus 1997). O slogan
ainda vago de Marshal McLuhan nos anos 60 das mídias, que
são sua própria mensagem, encontra nesta consideração
sua motivação mais profunda. (Nöth, 1996, pag.
57)
Pela abordagem semiósica
aqui proposta, emissor, mensagem e receptor deixam de ser temos
excludentes para se tornarem fluxos semióticos apenas logicamente
distintos. Trata-se, portanto, de abolir dicotomias tradicionais,
como emissão/recepção, sujeito/objeto e objetividade/subjetividade,
para dar lugar a uma abordagem mais complexa e maleável da
questão.
In fact, the very idea that the
observer-observed barrier has been broken down is yet another
illlusion, for, Schrödinger (1967:137) continues, "Subject
and objetct are only one. The barrier between them cannot be said
to have broken down as a result of recent experience in the physical
sciences, for this barrier did not exist." The barrier was,
in other words, from the very beginning a figment of the imagination
- or as Peirce would have put it, the result of na infrence: the
dichotomy is itself a sign. Mind and sign are now properly seen
to be one, as are mind and matter. (Merrel, 1991, pag. 148)
O canal, na abordagem peirceana
da hipermídia, cada vez mais se revela um componente semiótico
autônomo, capaz de assumir eventualmente níveis rudimentares
de emissão, recepção e mensagem. "Embora
os computadores sejam uma espécie de máquina, eles
respondem de uma maneira que é mais que mecânica. São
uma espécie de "outro", se não são
totalmente um "eu". (Lyman, 1997, pag. 120)
Observados pelo prisma da semiótica
peirceana e da hipermídia, o modelo de Shannon-Weaver e seus
dois desdobramentos, aqui discutidos, tornam-se inadequados especialmente
por identificarem de modo estanque os lugares lógicos da
emissão, mensagem e recepção, diferenciando
sujeito (emissor e receptor) de objeto (mensagem).
Mesmo o modelo semiótico-textual
de Eco-Fabri, que significou um avanço em relação
aos demais, não resolve satisfatoriamente esses problemas.
O modelo avança ao relativizar a noção de mensagem
e sistematizar processos comunicativos complexos, típicos
da comunicação de massa, em contraposição
à comunicação interpessoal. Mas a internet
demanda, ao contrário, um modelo que engendre modos comunicativos
diversos. Além disso, a ênfase que o modelo semiótico-textual
coloca nos processos de codificação/decodificação
na comunicação de massa subtrai a relevância
da mediação no processo.
Também parece problemática
a ênfase que o modelo semiótico-textual coloca no paradigma
textual, o que dificulta abordagens mais sofisticadas da linguagem
híbrida. O paradigma textual não especifica modos
signicos característicos de linguagens visuais e sonoras,
o que se traduz em metodologia de exploração de signos
híbridos pautada por derivações conceituais
do verbo.
This fundamental intersmiotic
reality of semiotic process is often neglected by the tradition
of formal semiotics, derived from Ferdinand de Saussure's linguistics,
because its basic asumption is that the verbal sign system, due
its specific but generalizable structrual qualities, is the system
of system. Contrasting semiotic traditions, like the one rooted
in Charles Sanders Peirce, focus in stead on the general properties
of semiotics processes as such, emphasizing their basic representational
character. This may lead to a more fruitful approach to the complexity
of the object and its semiotic representations, but with a possible
disregard of the specific features of the individual sign systems
(verbal, visual etc) in which the intersmiotic process materializes.
(Larsen, in Parret, 1996, pag 256)
Santaella (2001) propõe uma
complexa relação de domínios lógicos
para se pensar, a partir das três categorias peirceanas, diversos
níveis intersemióticos de linguagens. Tais relações
aportam-se, segundo a autora, nas matrizes de linguagem sonora (primeiridade,
domínio icônico-remático), visual (secundidade,
domínio indicial, dicente) e verbal (terceiridade, domínio
simbólico, argumental).
As três matrizes se referem
a modalidades de linguagem e de pensamento. O pensamento verbal
pode se realizar em sintaxes que o aproximam do pensamento sonoro
e em formas que o aproximam do pensamento visual. Este, por sua
vez, pode se resolver em quase-formas que o colocam nas proximidades
do pensamento sonoro ou em convenções tomadas de
empréstimo ao pensamento verbal. Da mesma maneira, o pensamento
sonoro pode se encarnar em formas plásticas tanto quanto
pode absorver princípios que são mais próprios
da discursividade. As três matrizes de linguagem e pensamento
não são mutuamente excludentes. Ao contrário,
comportam-se como vasos intercomunicantes, num intercâmbio
permanente de recursos e em transmutações incessantes.
(Santaella, 2001, pag. 373)
A diversidade de experiências
comunicativas na rede aponta para um modelo multifacetado de comunicação,
que engendre modos distintos de comunicar ao mesmo tempo que demonstre
como tais modos tendem a se expandir e a se transformar. Sugere-se
que um modelo de comunicação hipermidiática
articule logicamente situações mais convencionais,
domínio da terceiridade (sites de veículos de comunicação,
que meramente reproduzem modos comunicativos de seus suportes de
origem), conexões existenciais, domínio da secundidade
(chats e listas de discussão, por exemplo) e experiências
estéticas mais livres, domínio da primeiridade (weblogs,
webzines e sites independentes de informação em geral).
Cada um desses modos engendra domínios
específicos de interação verbo-som-imagem,
o que se traduz em níveis intersemióticos diferenciados.
Provavelmente esses domínios específicos encontram
ressonância nas 10 classes de signos e o modo como tendem
a se expandir em situações comunicativas originais
deve retratar o mecanismo da semiose. Sistematizar essas relações
e variáveis, delineando métodos singulares de abordagem
da questão é a tarefa de um possível modelo
peirceano de comunicação hipermidiática.
Pseudo-conclusão: Em busca
de um possível modelo de comunicação hipermidiática
Segundo Alsina (1989), um modelo científico parte de
um corpo de conhecimentos prévios e se traduz, posteriormente,
em um novo corpo de conhecimentos. Este trabalho funda-se na metodologia
de construção de modelos científicos, proposta
por Alsina.
Se es una teoría, nos encontramos
ante un modelo en sentido estricto. Si, por contra, se trata de
un conjunto de dados, sería un modelo en sentido lato,
seria um modelo simplesmente descritivo. (...) a partir de aquí
surge algún problema que dará lugar a una hipótesis.
Esta hipótesis se convierte en un modelo básico.
(...) Se se confirma la hipótesis, el paso siguiente es
proceder a relacionar sitemáticamente las leyes resultantes
de la comprobación de las hipótesis y se forma o
valida una teoría. Teoría que sería un cuerpo
de conocimientos previos susceptibles de falsabilidad, y de nuevo
se inicia el proceso. (Alsina, 1989, pag. 23)
O modelo aqui esboçado, conforme
foi anteriormente exposto, aporta-se na suposição
de que a teoria peirceana, sob alguns aspectos, é também
uma teoria da comunicação. Problematizou-se a legitimidade
de se utilizar modelos forjados no âmbito da comunicação
de massa para se pensar o ambiente híbrido e plural da rede.
A seguir, levantou-se a seguinte hipótese: a teoria peircena
da comunicação presta-se melhor para ancorar processos
comunicativos na internet por relacionar de modo complexo e semiósico
gradações sígnicas derivadas das relações
signo/signo, signo/objeto e signo/interpretante.
De acordo com Alsina (1989, pag.
25), "hay una correlación unívoca entre las proposiciones
de la teoría y las del modelo". Sugere-se, portanto,
que um modelo peirceano de comunicação funde-se nas
mesmas considerações que sustentam a idéia
de uma teoria peirceana da comunicação.
O mecanismo desse modelo reflete
o mecanismo da semiose e especifica-se no engendramento fenomenológico
das relações signo/signo, signo/objeto, signo/interpretante.
Assim, supõe-se que fluxos semióticos de informação
hipermidiática erijam-se a partir de uma imbricada arquitetura
sígnica e deve ser pelo dissecamento de tal arquitetura complexa
que, provavelmente, melhor se compreenderá a comunicação
na rede.
Nessa perspectiva, sugere-se que
o lugar lógico da emissão (objeto) determina o fluxo
semiótico (signo), ao mesmo tempo que é delineado
por um fluxo semiótico posterior, mais complexo e desenvolvido
(interpretante). Emissores e receptores, ambos também fluxos
semióticos, cambiam freqüentemente seus papéis
pela interatividade homem-máquina-homem. Á medida
que tais fluxos são simultaneamente produzidos, interpretados,
interceptados e processados, cresce a complexidade semiótica
na rede.
Como as relações sígnicas
dão lugar a tipos específicos de signos, observar-se-á
que os fluxos semióticos compõem-se de enorme diversidade
de manifestações sígnicas, adequadas a cada
situação transitória de comunicação
na rede. Tais manifestações sígnicas referem-se
simultaneamente ao tipo de comunicação em uso e aos
tipos de linguagens imbricadas nesse processo (dominância
verbal, visual, sonora e híbrida). Tem-se, portanto, um modelo
fluido, multifacetado, maleável e constantemente em aberto.
La posibilidad de hacer un modelo
perfecto no sólo depende del conocimento del fenómeno.
Hay fenómenos que por su natureza no pueden ser representados
de una manera completa, ya que no son susceptibles de ser examinados
bajo un único criterio. Sería el caso de los modelos
abiertos, que permiten su continua modificación incorporando
los cambios que sufre lo representado (...) los modelos abiertos
sólo permiten explicaciones probables. (Alsina, 1989, pag.
21)
Ficamos por aqui. A composição
diagramática de um possível modelo peirceano de comunicação
hipermidiática, assim como o detalhamento de sua sistematização,
é assunto para um trabalho posterior. Neste momento, interessa
apenas lançar o problema, a hipótese e os passos iniciais
para a construção de um possível modelo peirceano
de comunicação hipermidiática.
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