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C&T NO MEIO RURAL:

A divulgaÇÃo de CiÃÊncia e Tecnologia no programa televisivo Caminhos da RoÇa

Resumo

Este trabalho, resultado da dissertação de mestrado em Comunicação Social, examina o discurso de um programa televisivo regional brasileiro de canal aberto para identificar qual é a linguagem utilizada na abordagem de assuntos de Ciência e Tecnologia. O corpus compõe-se de seis reportagens exibidas em 2006 pelo programa televisivo Caminhos da Roça - criado e exibido desde 2002 pela EPTV Ribeirão (Empresas Pioneiras de Televisão) afiliada da Rede Globo em Ribeirão Preto/SP. A proposta foi analisar, em relação ao formato, à linguagem e aos conteúdos, as matérias jornalísticas que tratam especificamente de assuntos de ciência e/ou tecnologia voltados para o agronegócio e que tenham mostrado algum contato entre pesquisador e cidadão do campo. Este trabalho, de natureza qualitativa, empregou a metodologia de Análise de Discurso de linha Francesa (AD) e identificou C&T como um assunto que divide espaço com culinária e entretenimento dentro do Caminhos da Roça e que o discurso mais encontrado se define como uma mescla entre o tecnológico, o informativo e o pedagógico.

Palavras chave: comunicação rural, divulgação científica, jornalismo científico, linguagem, discurso.
 

Introdução

A palavra, a linguagem e os discursos estão presentes no cotidiano do ser humano e permeiam diariamente o nosso universo. A linguagem é o centro da comunicação humana e o jornalismo é um elemento importante para a configuração do espaço comunicacional – é através dele que fatos importantes chegam ao conhecimento da sociedade. Com este estudo, propusemo-nos a estudar a organização e o funcionamento do discurso da divulgação de C&T proferido pelo programa regional Caminhos da Roça, exibido pela EPTV Ribeirão – afiliada da Rede Globo na cidade de Ribeirão Preto e transmitido para 355 municípios do interior de São Paulo, Sul de Minas Gerais e em alguns municípios na região de Presidente Prudente (pela TV Fronteira) aos sábados pela manhã, pautado por temas ligados ao ambiente rural. O programa Caminhos da Roça foi escolhido para ser objeto desta pesquisa por ser ancorado pelo agronegócio, divulgando pesquisas científicas e inovações tecnológicas que possam ajudar o cidadão do campo. “O programa fala também sobre as novas tecnologias aplicadas ao campo, às tradições rurais e à prestação de serviços: informações sobre reservas de água no solo, lavouras, dicas de manejo, os valores dos produtos agrícolas e pecuários” (CAMINHOS DA ROÇA, 2006, online).

Para realizarmos uma pesquisa que unisse a regionalização e o estudo de um programa voltado para assuntos do campo, em especial para as novas tecnologias do agronegócio, consideramos oportuno, pelo fato de a cidade de Ribeirão Preto ser a Capital Brasileira do Agronegócio e como o desenvolvimento deste setor é um dos principais propulsores da economia da região, escolher um objeto que estivesse em sintonia com a proposta deste trabalho de pesquisa e que fosse produzido por uma emissora da cidade ou da região. Em Ribeirão Preto o agronegócio aparece como importante gerador de pautas sobre assuntos ligados ao campo e, cada vez mais, se mistura às linhas da ciência e da tecnologia, já que o cidadão do campo está se modernizando e já não é um indivíduo que vive apenas no campo, mas também nas cidades, buscando inovações para suas plantações e criações.

Optamos por fazer uma análise do discurso televisivo sobre a divulgação da ciência e da tecnologia voltada para o meio rural já que, conforme pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT, 2007) realizada com 2.004 pessoas, a TV é o meio de comunicação mais utilizado como principal fonte de informação e, as novas tecnologias para a agricultura foram apontadas, por 52% dos entrevistados, como uma área importante para o país desenvolver nos próximos anos. Ainda segundo essa pesquisa, 58% dos entrevistados estão satisfeitos com a maneira como são noticiadas descobertas científicas e tecnológicas pela TV.

Ao escolher como universo os programas Caminhos da Roça de 2006, objetivamos observar qual a linguagem e os tipos de discurso estão presentes em seus conteúdos voltados para C&T. Sabemos que um texto é composto por várias vozes e que, nas reportagens televisivas, diversos discursos se mesclam. Como não existe neutralidade nos textos e sempre há interesses em torno de uma questão, verificamos aqui como Caminhos da Roça constrói o discurso de divulgação científica na medida em que é transmitido para o público. O que propomos com a Análise do Discurso é que se observem e se reconheçam as diferenças entre os discursos como diferenças e não imperfeições ou inadequações.

Em primeiro lugar, selecionamos o conteúdo relacionado à C&T exibido pelo programa e, posteriormente, analisamos como é o tratamento e o espaço dado a esses assuntos e à linguagem que é usada para informar o público acerca de tais temas. Entre os objetivos principais, verificamos a clareza da informação, a simplicidade e os tipos de abordagem e discurso que são usados para divulgar C&T. Adotamos como referencial teórico-metodológico a Análise do Discurso Francesa (AD) que se apresenta como uma metodologia que visa revelar sentidos e, por isso, nos ajuda a compreender como é a linguagem das reportagens exibidas, levando em consideração que a linguagem não é neutra (BAKHTIN, 1997, p.331). Em todo o ano de 2006 (que contabilizou 49 programas), somamos 43 matérias que abordaram C&T. Porém, como o recorte ainda ficaria extenso, optamos por analisar aquelas nas quais pesquisador científico e cidadão do campo interagiam.

Os dados receberam enfoque qualitativo, o que nos pareceu mais coerente e adequado aos objetivos da pesquisa. Entretanto, foram apresentados também dados quantitativos como tempo das matérias, quantidade de temáticas, entre outros que consideramos pertinentes para complementar, posteriormente, a análise qualitativa.

TV, C&T e o discurso sobre o rural

De acordo com o sociólogo José Mindlin (2003, p. 9), até os anos 90, o Brasil investia 0,5% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, mas, no governo Fernando Henrique o investimento passou para 1% e o número só vem crescendo.  Em 2002, segundo o MCT (2004, p.31) os dispêndios dos governos estaduais em pesquisa e desenvolvimento foram 86,2% para o Sudeste, 7,0% para o Nordeste, 5,6% para o Sul, 1,0% para o Norte e 0,2% para o Centro-Oeste. Dessa forma, comprova-se que é no Sudeste, onde estão os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, que se concentra o maior investimento em pesquisa.

Ronaldo Mota Sardenberg, ministro da Ciência e Tecnologia em 2002, em seu artigo “Conhecimento para o desenvolvimento” aponta que a divulgação é fundamental para o avanço da ciência e da tecnologia no Brasil e que é graças ao jornalismo científico que temas essenciais são assimilados pela sociedade. Segundo ele, o trabalho de divulgação científica é vital para capacitar a população a entender e a participar dos assuntos nacionais sobre Ciência e Tecnologia (SARDENBERG, 2002, p.27).

Diferentes veículos de comunicação, como revistas, jornais e programas televisivos trazem em seu conteúdo assuntos relacionados à C&T. Caminhos da Roça é um deles. Apesar de ser um programa que, em sua proposta inicial, não se volta especialmente para a divulgação científica, as evoluções, pesquisas e crescimento tecnológico a equipe do programa leva pautas de ciência e tecnologia ligadas ao agronegócio para a redação.

Além do Caminhos da Roça, outros programas de TV exibidos no interior do Estado de São Paulo mesclam C&T e rural. O pioneiro deles é o Globo Rural. Programa da Rede Globo, que está no ar desde 1980. No início era apresentado pelo jornalista Carlos Nascimento e foi o primeiro programa do gênero. É exibido atualmente de segunda à sexta-feira, às 6h15 da manhã e, aos domingos, às 8h da manhã, trazendo reportagens nacionais e internacionais, mas tem o Brasil como principal área de atuação. Com assuntos voltados para o campo, o programa aborda atividade agropecuária, fala sobre o agricultor, plantações, criações e inovações da área. Dentro da Rede Globo (no Estado de São Paulo) apenas o Globo Rural e Caminhos da Roça abordam agronegócios e divulgação de C&T.

Outros programas da emissora como o Terra da Gente, o Globo Ecologia não misturam as duas temáticas. O primeiro é mais voltado para a natureza e pescaria e o segundo trata mais sobre o meio ambiente.

Em outra emissora do interior paulista, na TV Clube (Band), é exibido um programa nos moldes do Caminhos da Roça. É o Programa Manoel Branco, que vai ao ar às 8h da manhã também aos sábados e é voltado para as áreas do agronegócio, ecoturismo, culinária, saúde animal e entretenimento (com causos caipiras e música de raiz). No interior de São Paulo, a transmissão da TV Clube abrange 78 municípios. O programa também fala sobre tecnologia, entretanto o foco principal é o entretenimento.

Segundo Bourdieu (1997, p.18) com a televisão, nós estamos diante de um instrumento que possibilita atingir todo mundo. Daí certo número de questões prévias: o que tenho a dizer está destinado a atingir todo mundo? Estou disposto a fazer de modo que meu discurso, por sua forma, possa ser entendido por todo mundo? Será que ele merece ser entendido por todo mundo? Pode-se mesmo ir mais longe: ele deve ser entendido por todo mundo? A divulgação de C&T não precisa ser entendida por todos, até mesmo porque não há como se garantir o entendimento por parte de todos os leitores e espectadores, a menos que se saiba o nível de instrução em que cada um deles se encontra. As mídias são como um organismo especializado que tem a vocação de responder a uma demanda social por dever de democracia. E assim a profissão de informadores (jornalistas) se justifica por buscar tornar público aquilo que seria ignorado, oculto ou secreto. É necessário que as informações sejam postas em cena de modo que interessem e sejam compreendidas pelo maior número possível de pessoas. “Informar é possuir um saber que o outro ignora (‘saber’), ter a aptidão que permite transmiti-lo a esse outro (‘poder dizer’), ser legitimado nessa atividade de transmissão (‘poder de dizer’)” (CHARAUDEAU, 2006, p. 63).

Não é diferente no caso da Comunicação Rural. O jornalista é um fornecedor da informação, um mediador entre os acontecimentos do mundo e a compreensão pública e o repórter científico deve saber como escrever na linguagem do homem comum. De acordo com Bueno (1984 apud AUBERGUINI, 2007 p. 18), a reportagem de Ciência e Tecnologia cumpre as seguintes funções: informativa, educativa, social, cultural, econômica e político-ideológica. Ao informar, a matéria sobre C&T complementa e atualiza conhecimentos e, neste sentido, educa; ao transmitir conhecimento, atua sobre a sociedade e a cultura, determinando escolhas econômicas e, no fim, opções político-ideológicas.

Para passar o discurso informativo, os meios de comunicação unem vários tipos de discurso, entre eles o discurso científico. Entretanto, o discurso científico implica a seleção de um público muito reduzido, especializado, que possua os mesmos instrumentos de raciocínio, a mesma terminologia e compartilhe os mesmos conhecimentos da comunidade científica.  Se adotar somente esse discurso, excluirá um público amplo, mesmo dirigindo-se aos mais cultos. O coloquialismo mesclado ao caráter jornalístico deve-se às características do público que se deseja atingir.

Por outro lado, a presença do discurso científico, com linguajar técnico, atribui reconhecimento e autoridade às matérias. Nestes casos, o repórter tem o papel de fazer a mediação entre o científico e o popular, dotando o discurso de características didáticas, praticando a divulgação científica, muitas vezes de questões bastante complexas (GONÇALVES, 2005, online).

A respeito desse tema, Orlandi (1989) explica que como existe em toda prática de linguagem entre grupos diferentes, as dificuldades de interlocução, encontradas também nessas que analisamos, não se devem ao domínio estrito das formas da gramática. As diferenças existem, mas são de outra ordem e tocam a identidade sócio-político-ideológica desses grupos. Não está sendo posta em dúvida a legitimidade do discurso do saber popular (do conhecimento informal) do agricultor. Ao contrário, ambos os discursos, o científico e o popular, têm suas áreas específicas de eficácia e atuação.

Linguagem televisiva

A televisão ocupa um lugar privilegiado na hierarquia dos meios de comunicação. No caso do Brasil, a TV não é apenas um veículo do sistema nacional de comunicação, ela desfruta de um prestígio tão considerável que assume a condição de única via de acesso às notícias e ao entretenimento para grande parte da população. O telejornalismo cumpre uma função social e política tão relevante, há tempos, porque atingia um público em grande parte iletrado, ou pouco habituado à leitura, o que nos dias atuais já não é assim. Não só de iletrados se constitui o público telespectador.

Conforme Nelson Hoineff (1996, p. 87) mesmo com seus 50 anos a televisão falhou no estabelecimento de uma linguagem que lhe fosse peculiar e, mesmo que a televisão temática se volte para públicos específicos, a questão não estará resolvida.  Para o autor, ao longo de tantos anos, a televisão por algum motivo tem se eximido de buscar o seu próprio específico, de criar a sua linguagem, em discordância com todas as outras formas de expressão e muito especialmente com a sua própria força de penetração. Entretanto, discordamos das considerações de Hoineff e podemos dizer que, embora alguns autores apontem a linguagem televisiva como incompleta, esta não o é, já que o texto televisivo é uma união de outros textos e é constitutivo de significações. Faz parte da linguagem televisiva a forma como esses diferentes elementos são articulados. Próprio desta linguagem é o recorte feito pelos planos de filmagem, por exemplo, como um plano em zoom, que dirige o olhar.

Pela capacidade soberana da imagem, a linguagem televisiva é universal.

Essa capacidade de mostrar a realidade mais de perto e de despertar uma participação mais efetiva do telespectador não acontece com a escrita, por exemplo, e essa é a grande característica da linguagem televisiva: o poder de mostrar com imagem e texto uma realidade mais próxima do telespectador. É pela linguagem que o homem se comunica, mostra seus sentimentos e reconhece o outro. Uma linguagem mais carregada de sotaques, típica do povo do interior é percebida nos personagens das matérias do Caminhos da Roça em palavras como “terra” e “lavoura”, ou em termos como “às veiz” ao invés de “ás vezes”. Essa diferença de linguagem é explicada por Barthes (1988, p.102) como um discurso acrático, aquele que é influenciado pelo senso comum, o popular, e que está fora do poder. Essa é a linguagem do cidadão do campo, que muitas vezes se pauta pelo sendo comum, em crendices populares, ou mesmo experiências empíricas.

A linguagem televisiva se aproxima do telespectador ao ter um discurso mais próximo do diálogo e, dessa maneira, faz com que o telespectador fique envolvido pela entrevista, pela matéria etc. No Caminhos da Roça há uma identificação dos quadros apresentados com o público. Parte do programa é dedicada à música de viola e aos Causos do Chico Lorota, um personagem caipira que conta histórias e piadas com temas do campo.

Caminhos da Roça é "temperado" pela cultura popular regional: Mazinho Quevedo é o anfitrião de violeiros que cantam histórias da terra. Histórias que também são contadas de maneira bem simples, através dos causos.

Causos do Chico Lorota, que, de tão contados, viram verdade” (CAMINHOS DA ROÇA, 2006, online). Sodré (1977, p. 61) explica que a familiaridade instaurada pelo apresentador, em atitude de conversa, de bate-papo, naturaliza a apresentação do mundo pelas imagens e assim, estabelece o contato com o telespectador. Esse também é um atrativo do nosso objeto de estudo que traz o apresentador sentado na varanda de propriedades rurais do interior em meio a paisagens rurais e natureza durante entrevistas e conversas ao longo do programa. Em todos os Caminhos da Roça é possível notar que o apresentador Dimas Augusto entrevista de maneira pouco formal produtores rurais e/ou profissionais especializados sobre negócios, mercado agropecuário, plantações, criações e muitos outros assuntos.

Ao dirigir a palavra a alguém, constituímos um ato de reconhecimento e fazemos isso por sinais, por elementos fonográficos, por um conjunto de instrumentos que resultam em sentidos sociais.  O enunciado verbal não é simples reflexo ou expressão de algo que lhe pré-existe, que está fora dele, dado e pronto. “Cada texto pressupõe um sistema compreensível para todos – uma língua. Se por trás do texto não há uma língua, já não se trata de um texto, mas de um fenômeno natural” (BAKHTIN, 1997, p. 331).  Conforme Orlandi (2000, p.18) todo discurso nasce em outro (sua matéria-prima) e aponta para outro (seu futuro discursivo). Cada fala ou texto sintoniza um ou vários discursos e é incompleto e cheio de intervalos porque nasce de um discurso, se reformula e remete a um novo discurso.

Por isso, na realidade, não se trata nunca de um único discurso, mas de um continuum. Não se trata também de nenhuma tradução, e sim de um novo discurso, transformado, advindo de uma reunião de outros discursos que permeiam nosso dia-a-dia. No caso da linguagem do pesquisador científico que é transformada em linguagem de divulgação, o que é feito pelo jornalista, por exemplo, é a construção de um novo texto, visando ser mais compreensível para cidadãos comuns e não uma tradução do que o cientista diz. Esse novo texto, construído a partir das informações vindas do cientista e de outros discursos com os quais o jornalista entra em contato é o que provoca um novo discurso. 

Para Bakhtin não há textos puros e Orlandi (2000, p. 22) confirma que a linguagem não é precisa, nem inteira, nem distinta. Por trás de todo texto, encontra-se o sistema da língua; no texto, corresponde-lhe tudo quanto pode existir fora do texto. Cada texto é único e é nisso que reside seu sentido. O sentido das palavras é definido pelas posições ideológicas do processo sócio-histórico em que são produzidas e reproduzidas.

Tratando de linguagem, Morris (2003, p. 155) explica que a linguagem comum se especializou de diversas maneiras e essas especializações são os tipos de discurso. Segundo Charaudeau (2006) discursos são formas de construção da língua em que os sujeitos se colocam em relação, se fazem entender, se fazem perceber e estabelecem vínculos. Discurso não é a língua, embora seja através dela que se constitua o discurso e que este, num efeito de retorno, a modifique. A língua está ligada à gramática, à sintaxe e à semântica, enquanto que o discurso adquire um sentido que ultrapassa as fundamentações lingüísticas da manifestação verbal.

Para Leibruder (2002, p.236) a mudança de destinatário e de veículo de transmissão nos leva necessariamente a repensar todo um conjunto de estratégias discursivas e de acordo com o efeito de sentido que pretende, o divulgador vai escolher qual o tipo de discurso textual e imagético utilizará, adequando-se ao seu leitor. A forma de transmissão de um conteúdo inclui definitivamente a organização dos níveis lingüísticos como um todo, considerando-se desde o lexical, até o morfológico, sintático, semântico, e textual.

Tudo que falamos, lemos e ouvimos é compreendido por nós de acordo com nosso entendimento, conhecimento e de nossa visão de mundo.  Sabemos que nem sempre algo é compreendido da mesma forma por duas ou mais pessoas. Ler e ouvir envolve os processos compreender e interpretar. E cada um o faz de acordo com os olhos e os ouvidos que tem e com a bagagem teórica e ideológica que carrega.

O Caminhos da Roça

Há seis anos no ar, Caminhos da Roça, através de reportagens e entrevistas documenta a atividade agropecuária das regiões onde é exibido e mostra a vida, os hábitos do agricultor, sua cultura, suas tradições e suas aspirações. Atualmente o programa é dirigido pelo jornalista Ciro Porto e conta com uma equipe fixa de quatro pessoas, sendo um editor, um produtor, um editor de imagem e um estagiário. Entretanto, em cada praça uma equipe (repórter, cinegrafista e editor) faz uma matéria por semana e juntas elas compõem o programa, que é apresentado de propriedades rurais da região de Ribeirão Preto.

O tempo de duração de cada programa gira em torno de uma hora e as matérias variam de dois a seis minutos. São exibidas de três a cinco matérias, geralmente há uma entrevista e, em todos os programas não faltam os comentários do pesquisador da Embrapa de Campinas, Evaristo de Miranda, as músicas de raiz (apresentadas em duas etapas – no primeiro e no último bloco) pelo violeiro Mazinho Quevedo, os Causos do Chico Lorota, a Culinária com o chef Fernando Kassab e a previsão do tempo (narrada pelo apresentador). Estes são os quadros fixos do programa e em todo o ano de 2006 permaneceram imutáveis tanto no conteúdo como na disposição dentro do programa. Há ainda o quadro Cartas e Dicas que entra esporadicamente na programação.

Caminhos da Roça tem horário certo para ir ao ar: 8h45 das manhãs de sábado e é composto por quatro e, às vezes, cinco blocos. O primeiro bloco é composto por uma matéria (pode ser reportagem ou notícia) e pela primeira parte do quadro de música, apresentado pelo violeiro Mazinho Quevedo. O segundo bloco se inicia com outra matéria, seguida de uma reportagem que podem, ou não, estarem relacionadas. Além de matérias e entrevistas, o programa exibe ainda neste bloco cotações do café, milho, soja, algodão, arroba do boi, cana-de-açúcar, açúcar cristal etc. É durante o terceiro bloco que é exibida uma terceira matéria (se houver), as informações sobre a previsão do tempo e os comentários do pesquisador da Embrapa. A previsão do tempo, em alguns programas, trouxe os dados de como ficaria o tempo nas cidades que foram citadas nas matérias exibidas naquele dia. Os comentários do pesquisador Evaristo de Miranda, da Embrapa de Campinas, estão presentes em todos os programas e aparecem também no terceiro bloco. A culinária também tem quadro fixo no Caminhos da Roça: é o Todo Sabor. O quadro é conduzido por Fernando Kassab que visita os telespectadores em casa (geralmente não estão na mesma propriedade em que está sendo apresentado o programa), ou recebe convidados em uma cozinha montada na cidade de Valinhos, na região de Campinas, especialmente para a gravação do programa. Kassab recebe convidados, telespectadores e companheiros de programa. O quinto e último bloco de Caminhos da Roça é reservado para a segunda parte de músicas, também com o violeiro Mazinho Quevedo, trazendo novos convidados. Após os causos do Chico, Mazinho Quevedo entra e dá início à música. Apresenta os convidados e se despede do público. É com a música do convidado de Mazinho que o programa é encerrado.

Resultados obtidos

Entendemos que o objetivo do programa é mostrar entretenimento (com os causos e com a música) unido à divulgação científica voltada para o meio rural. A divulgação da ciência e das novas tecnologias acontece para apresentar melhorias para o cidadão do campo e mostrar como as pesquisas e equipamentos desenvolvidos por institutos de pesquisa são aplicáveis ao campo. A ciência nem sempre está em forma de pesquisa, mas sempre está em forma de tecnologia aplicada ao meio rural. Essa é característica mais marcante das seis reportagens investigadas. Como não realizamos pesquisa de opinião, grupos focais ou outro método com o qual pudéssemos captar esse dado, de alguma forma tínhamos que mostrar uma opinião do cidadão do campo para ter uma mesmo que breve idéia de como a divulgação é recebida. E constatamos que é recebida positivamente, pois os entrevistados corroboraram com os pesquisadores e disseram nas reportagens que aprovavam o produto, que recomendavam o sistema etc., sempre com tom elogiativo, de que a nova tecnologia veio para mudar a vida deles.

 Ao noticiar C&T as fontes de informação são ou estão sempre ligadas a institutos de pesquisa e universidades do Estado de São Paulo. Nenhuma universidade mineira foi citada. Nas reportagens analisadas, a única citada foi a Universidade de São Paulo - USP (campus Ribeirão Preto e Pirassununga). Os institutos de pesquisa mais encontrados são Instituto Agronômico de Campinas – IAC (três vezes), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa (duas vezes) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI (duas vezes), sendo que o Centro de Citricultura de Cordeirópolis e a Secretaria da Agricultura apareceram uma vez. Não houve consulta ou entrevista a nenhum órgão de pesquisa localizado no Estado de Minas Gerais ou outro Estado do país. A preferência em ter como fonte institutos de pesquisa e universidades do Estado de São Paulo e não de outros Estados brasileiros se explica pelo fato de Caminhos da Roça ser um programa regional e estar voltado para o interior de São Paulo e Sul de Minas. A divulgação de pesquisas provenientes de outros Estados seria justificável na medida em que a pesquisa influenciasse de alguma maneira o interior paulista. Vale ressaltar que foi percebida uma individualidade de fontes especialistas. Talvez pelo fato de estarem ligados a institutos de pesquisa do governo e universidades também do governo, fazem delas fontes oficiais e estas são consideradas muito confiáveis, dispensando, assim, a presença de outros especialistas. Entretanto, a diversidade de fontes deve ser uma constante na prática do jornalismo (de qualquer especialidade) exatamente para que não seja criada uma imagem de parcialidade. As fontes são sempre identificadas e estão sempre ligadas a alguma universidade ou instituto de pesquisa.

As cidades que foram palco para as reportagens estão localizadas na região de Campinas e Ribeirão Preto. Os cenários de onde o apresentador conduziu o programa foram fazendas das cidades de Santa Rita do Passa Quatro, Jardinópolis, Serra Azul, São José do Rio Pardo, Pirassununga e Barrinha, e Jardinópolis. Algo que chama a atenção é a total ausência de informações e divulgação de pesquisas realizadas por institutos de pesquisa e universidades privados. O que pode ser explicado devido ao impedimento que os meios de comunicação têm em divulgar nomes de empresas privadas para que, assim, não seja feita propaganda gratuita.
 
Os pesquisadores ganham voz em todas as reportagens pesquisadas e têm espaço para dar explicações e instruções sobre o que está sendo falado na matéria. O que é falado pelo pesquisador é sempre corroborado pelos outros atores da reportagem (apresentador, repórter e testemunhas). Como observamos com as análises, não há discordância ou dúvida sobre o que está sendo divulgado, nem por parte do repórter e nem por parte das fontes testemunhais. A intenção é sempre apresentar as características positivas, ligadas ao avanço tecnológico e aos benefícios que a novidade trará para a vida do cidadão do campo.

As seis reportagens que fazem parte do nosso corpus são reportagens, compostas pelos elementos escalada, cabeça, off, sonora, passagem e, às vezes encerramento e nota pé. Vimos ao longo dos programas de 2006 que havia diferentes gêneros jornalísticos no programa, mas o predomínio nas matérias analisadas é do gênero informativo, não tendo sido encontrada nenhuma matéria dos gêneros opinativo, interpretativo, ou diversional.

A posição onde se localiza as reportagens é quase sempre a mesma. Vezes no segundo bolo, vezes no terceiro. O tempo de cada reportagem variou entre 2’46”47 e 5’15”06. A posição dentro do programa não é algo que variou muito. Nossas reportagens estiveram localizadas no segundo bloco ou no início do terceiro. A linearidade e o padrão do programa são mantidos. Mesmo no programa do dia 20 de maio, que teve a Agrishow como pauta de algumas matérias, este não foi mais extenso, ou deixou de exibir quadros ou entrevistas em razão disso. Os temas foram adequados aos tempos e aos quadros habituais e tudo correu como normalmente.

A maioria das reportagens não esteve contextualizada, pois nem todas apresentam o fato gerador da notícia, fontes (especialistas e testemunhas) e as conseqüências do fato, itens importantes que juntos possibilitam a contextualização. A que atendeu a esses critérios foi a da pecuária leiteira (reportagem 2) por apresentar como era antes do programa da Embrapa e da Secretaria da Agricultura e como ficou depois que os pecuaristas começaram a ser orientados pelo programa.

Dentro das falas do repórter e apresentador, o discurso mais encontrado foi o de divulgação, ou seja, um discurso informativo e descritivo que visa democratizar as informações (pesquisas, inovações, conceitos de ciência e tecnologia). Informa ao descrever os processos envolvidos com ciência e tecnologia e apresenta o fato gerador da matéria com a intenção de fazer o destinatário ver com detalhes o objeto de discurso. O jornalista deve identificar sua capacidade de utilizar as possibilidades oferecidas pela linguagem e de avaliar as melhores ocasiões de utilizá-las. Esse tipo de discurso é muito encontrado no Caminhos da Roça. Já nas falas dos pesquisadores é constante a presença do discurso tecnológico, discurso este que visa prescrever ações com o propósito de informar aos intérpretes como alcançar certos objetivos. Com este discurso objetiva-se dar as informações e as técnicas de como realizar um determinado procedimento. Há um tipo de discurso tecnológico para cada área. O discurso tecnológico é também encontrado nas falas das fontes testemunhais, quando elas descrevem os procedimentos que realizam. É também um discurso presente no senso comum.

Ao enunciar, repórter, apresentador e fontes também fazem uso de determinadas seqüências discursivas e a mais encontrada nas reportagens investigadas é a seqüência argumentativa, visando convencer o destinatário a respeito do posicionamento de um produto ou serviço diante de um objeto de discurso controverso, ou mesmo convencê-lo da eficiência e eficácia de determinado produto ou serviço. E por ser muito encontrada no Caminhos da Roça, insistimos que não há imparcialidade.

Depois dessa seqüência, podemos citar as que estão juntamente em segundo lugar: a explicativa e a descritiva. Ambas andam juntas no caso do nosso objeto de estudo, pois se complementam. A descritiva é usada para descrever os processos envolvidos com ciência e tecnologia ou apresentar o fato gerador da matéria mostrando detalhes do objeto de discurso e a explicativa pretende fazer o destinatário compreender tal objeto. Portanto, ao mesmo tempo em que se descreve faz-se uso de explicação para se fazer compreender.

Para tratar de C&T foram usadas somente linguagem clara e simplificada. Ao nosso ver, confusão de informação e complexidade de temas ou de termos não foram encontrados.

Nenhuma das reportagens analisadas faz uso de artes gráficas, mapas ou esquemas gráficos para dar explicações e nota-se que eles não tomam como base que o telespectador saiba do assunto, mas também não crêem que este seja leigo. O que encontramos foi na reportagem sobre irrigação quando, por um breve minuto, a tela é dividida na vertical para mostrar ao mesmo tempo os dois sistemas de irrigação. Porém, não consideramos esquema gráfico.

Como Caminhos da Roça se constitui em programa regional, não houve nenhuma abordagem que saísse desse formato, como matérias de âmbito nacional. Todas as reportagens, entrevistas e gravações foram feitas pela produção do programa e nas regiões onde é exibido. 

Mesmo naqueles programas em que não são exibidas matérias sobre C&T, esta temática está presente no quadro que trata das informações sobre reservas de água no solo, com o pesquisador da Embrapa de Campinas, Evaristo de Miranda. Neste quadro, há sempre informações sobre reservas hídricas, chuvas, solo e plantações. O pesquisador informa que esteve com outros pesquisadores durante a semana e no sábado revela o que foi conversado entre eles. O quadro não ultrapassa os dois minutos e é fixo dentro do programa, porém, como não há contato entre pesquisador e cidadão do campo, não pôde ser analisado nesta pesquisa.

Entendemos que Caminhos da Roça tem contribuído para a divulgação da ciência no que se refere ao contexto C&T-rural-regional, colaborando para a informação do cidadão do campo e sua construção de conhecimento na área da pesquisa científica e de novas tecnologias aplicadas ao campo.

Considerações Finais

Ciência e Tecnologia fazem parte da vida em sociedade e têm sido um dos pilares do desenvolvimento do nosso país. Os meios de comunicação, dessa forma, refletem tais interesses e são parte fundamental na hora de prestar contas a sociedade sobre o que está sendo pesquisado. Estes meios de comunicação acabam sendo um canal para que a informação científica chegue aos cidadãos, estejam eles no meio rural ou no meio urbano e cada veículo opta por transmitir a informação científica de determinada maneira. A escolha do Caminhos da Roça foi levar a informação científica de forma didática/explicativa e de maneira que essa informação se aplicasse às plantações e às criações mantidas em propriedades rurais.

A Divulgação de Ciência e de Tecnologia é uma constante no programa televisivo regional Caminhos da Roça. Os dados qualitativos observados nesta pesquisa indicaram que para fazer essa divulgação o programa dá voz tanto ao cientista quanto ao cidadão do campo, já que é indispensável que este dê sua opinião e muitas vezes seu testemunho sobre aquilo que está sendo mostrado. 

Com os dados analisados, rompe-se com a idéia de imparcialidade e neutralidade dos enunciados. Imparcialidade não é uma constante da ação humana, e por conseqüência, também não o é do discurso jornalístico.

Como nenhum discurso é isento de argumentação, também não o é de opinião. Ao avaliar as matérias do Caminhos da Roça relacionadas ao tema C&T, o que se percebe é que tanto cientistas quanto jornalistas utilizam estratégias para levar ao telespectador uma clara compreensão dos assuntos abordados e muitas vezes tentar convencê-lo de que um instrumento ou um produto que está sendo mostrado são, sem sombra de dúvidas, ótimos negócios, ou “receita de sucesso”.

A divulgação científica é uma prática em expansão no cenário rural brasileiro e podemos dizer isso olhando para nosso objeto de estudo, que cada vez mais inclui divulgação de pesquisas no conteúdo do programa.

Programa que não é focado nessa divulgação e que reserva muito do seu tempo para música e culinária. Ou seja, a divulgação científica divide espaço com entretenimento, mas ao mesmo tempo ganha cada vez mais espaço.  Os meios de comunicação acabam por desempenhar um papel quase que educativo e a TV está entre eles. Não consideramos que Caminhos da Roça quer educar, mas sim levar soluções ao campo fazendo do discurso tecnológico um instrumento para divulgar e se fazer compreender.

A análise das matérias permitiu-nos identificar uma tendência a apresentar a informação científica de forma sempre elogiativa, clara e útil, além de acessível. Essa maneira de apresentar a ciência e a tecnologia é fruto da junção que o programa faz das diferentes vozes, entre cientistas, jornalistas e atores populares do discurso que, contribuem para as características do programa e para atrair o público visado por ele.

Caminhos da Roça mostra linearidade na forma de apresentar a ciência e a tecnologia e desde o início demonstrou interesse por esse tipo de informação. As matérias preocuparam-se em facilitar a identificação do telespectador com os fatos apresentados.

A divulgação da ciência foi maior do que inicialmente imaginamos. Muito embora o programa tenha levado ao ar matérias com clara contribuição à divulgação da ciência no campo, elas de fato contribuíram para aproximar a ciência do cidadão e ainda mostraram como ela influencia o cotidiano das pessoas que vivem do campo. A Análise do Discurso como metodologia de trabalho abriu perspectivas de análise que permitiram um olhar diferenciado sobre a linguagem proferida para o meio rural.

A linguagem clara e simples, identificada em nossa pesquisa, deve ser um esforço continuo de jornalistas e cientistas na prática da Divulgação Científica, o que não significa, empobrecimento do vocabulário ou simplificação. Não é necessário também que se use apenas termos de conhecimento do público, afinal, como já dissemos, o público consegue compreender as informações científicas se forem bem explicadas. Então, alguns termos científicos poderiam ser usados na hora da divulgação desde que fossem definidos e exemplificados.

Entendemos que Caminhos da Roça é de fundamental importância para a divulgação de ciência no meio rural já que este se constitui em um campo abrangente e fértil, principalmente dentro do Estado de São Paulo, onde temos tantas pesquisas e novidades tecnológicas provenientes da ciência.

As relações entre televisão e Divulgação Científica voltada para o meio rural revelam uma área repleta de possibilidades de pesquisa, face à importância que essa divulgação tem para a sociedade. A televisão não é apenas um meio poderoso de fazer circular conteúdos, mas possui um poder transformador ainda pouco estudado, pelo menos no que diz respeito ao tripé: C&T, televisão e rural.


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Caroline Petian Pimenta Bono Rosa

Jornalista, Mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). O artigo é resultado da dissertação de mestrado defendida em 31 de março de 2008 sob orientação da Profª Drª Elizabeth Moraes Gonçalves.

Elizabeth Moraes Gonçalves

Doutora em Comunicação social pela Universidade Metodista de São Paulo (1999), mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1989) e graduada em Letras pela Universidade Metodista de São Paulo (1978), professora do programa de pós-graduação em Comunicação Social.

 

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